Um Momento de Paz no Meio da Turbulência…

Tempos difíceis provocam um rebuliço de pensamentos, alvoroçam as incertezas dentro da gente. O coronavírus é a primeira experiência coletiva com uma ameaça mundial invisível, e os pensamentos vão mesmo se agitar dentro de nós. Será que algumas dessas perguntas já te pegaram:

“Com tudo isso acontecendo… como vai ser? Onde estaremos daqui a um mês? Haverá leitos suficientes?… Quantos vão morrer no Brasil? Como ficará o abastecimento? E se meus pais pegarem o vírus? Será que ele foi mesmo criado “de propósito” pelos chineses? O que acontecerá com a economia “parada” no Brasil e no mundo? Como pagarei minhas contas? O que será do meu emprego? Como vou conseguir manter os funcionários?…. Como vou suportar ficar tanto tempo parado? Como isso irá afetar meu casamento? Eu nã aguento mais ficar em casa! E se a economia colapsar?… E se houver caos na saúde? E se faltar abastecimento? e se aumentar a violência nas ruas? E os coitados que moram nas ruas?…. Minha mente não pára, não sei mais o que fazer com todo esse barulho dentro de mim. “

São preocupações legítimas, mas com respostas muito abertas, incertas. Então, em vez de tentar tentar “antecipar” os problemas na ilusão controlar o incontrolável, podemos controlar aquilo que pode nos desabastecer de energia e vital…. Porque a mente ficará lá, refém dos pensamentos recorrentes e desgastantes, criando um ‘buraco negro’ de preocupações que só drenam energia e roubam o poder de ação — o que é pouco produtivo.

Se focamos no medo…, como isso contribui?
Se nos apegamos às angústias…, no que isso ajuda?

Sei que é difícil ouvir que devemos manter a calma enquanto nos queimamos de ansiedade. Mas é nesse momento que mais precisamos da nossa auto-cooperação. A calma vem do hábito de treinar a mente. Porque a mente deve aprender que quanto maior for o barulho interno, mais turva será a visão da inteligência. Até as tensões que os pensamentos geram no corpo dificultam que os hemisférios cerebrais recebam oxigênio suficiente para raciocinar com clareza, para ouvir a voz da inteligência intuitiva e seguir a sabedoria da consciência. São esses recursos internos que realmente fazem a diferente numa situação de risco. Na turbulência não precisamos de mais barulho.

Como manter a calma se não paro de pensar no que pode acontecer?

É preciso abrir uma brecha na inquietude. Essa é a prática de Mindfulness — manter a atenção plena no momento presente, sem expectativas. E isso não tem nada a ver com passividade. Não se trata de tornar-se indiferente, esquivo e muito menos inconsequente. Muito pelo contrário, trata-se de se tornar mais responsável com a saúde e com a própria vida!

Então, como se faz isso?

Há muitas maneiras de praticar mindfulness. Experimente um dos caminhos desse “exercício de atentividade” criando um momento de pausa para aquietar as emoções, reduzir o cortisol e os níveis de adrenalina. Experimente deixar a mente respirar! Pelo menos por um momento, aquiete-se no corpo. Reserve 3 , 5 minutos apenas para estar onde estiver. Provavelmente, os pensamentos estarão lá dizendo que isso é uma “perda de tempo”…. Não desista! Convide seu “eu” a se tranquilizar por um minuto. Feche os olhos para as distrações externas. Observe o que acontece ao escolher conscientemente fixar a atenção no corpo – exatamente como ele se encontra agora. Você percebe a respiração acontecendo? Consegue sentir os micro-movimentos do organismo respirando? Ouve os micro-sons que surgem na cavidade nasal enquanto inspira? Sente a temperatura do oxigênio nas narinas? O que mais você percebe, que sensações fazem parte do momento? Como se sente agora?

Não subestime essa simplicidade!! Sem expectativas e sem comparações, permaneça por alguns instantes mantendo a atenção no presente.
Deixe que essa experiência seja o seu calmante.

Pode ser que enquanto faz isso, as distrações da mente continuem a acontecer. Está tudo bem!! Na próxima vez que perceber a mente divagando, simplesmente conduza a atenção de novo (e de novo) para a respiração que está acontecendo. Com o tempo, ela vai aprendendo a se manter no agora para trabalhar a seu favor, e a serviço da autoconsciência e as oportunidades que a vida traz.

O que me cabe fazer hoje? Que oportunidades não estou enxergando?

Nesse video de Eckhart Tolle, autor do livro “O Poder do Agora”, ele compartilha esse convite para a atenção no agora de um modo muito gentil, que poderá simplificar e apoiar sua prática de Mindfulness no dia a dia:

“Ficar em comunhão com a vida é ficar em comunhão com o momento onde estamos, porque é o único lugar onde a vida é encontrada.” Eckhart Tolle

Com ou sem coronavírus, desafios farão parte da jornada. Estamos juntos nessa. E enquanto atravessamos esses dias podemos cultivar mais vezes esse estado de harmonia entre mente-corpo-emoções. E ao final disso tudo, teremos vencido o coronavírus e também o vírus da mente inquieta que nos isola de nós mesmos, projetando tudo para um futuro incerto e sombrio. E depois que tudo isso passar, vamos usar nossa inteireza para converter os prejuízos, perdas e desafios em oportunidades únicas de autodesenvolvimento.

#tamujuntuu. :-)